quarta-feira, 20 de maio de 2015

Pensamentos Em Palavras

Me odeio por ser quem eu sou e não quem eu gostaria de ser.
Me odeio por ser estúpido, quando deveria agradecer a Deus.
Me odeio quando te magoo e consequentemente acabo atigindo a mim mesmo.
Me odeio quando faço e falo merdas sem pensar.
Me odeio quando sinto meu coração partido por voce,
Me odeio mais ainda quando o motivo disso tudo, sou eu mesmo.

Te adoro mais que tudo, como nunca adorei ninguém antes.
Te adoro por ser o melhor namorado, amigo e parceiro que já tive.
Te adoro mais ainda por me aguentar e me aceitar do jeito que sou.
Te adoro por sempre me fazer repensar as atitudes.
Te adoro por sua insistencia.
Te adoro por ser tão parecido comigo e ao mesmo tempo tão diferente.
Te adoro por me fazer adorar você desse jeito.
Te adoro por me fazer rir quando eu deveria calar.
Te adoro por vir, roubar meu coração e ficar ao meu lado.
Te adoro por sua loucura.
Te adoro por sempre me perdoar por minhas bobeiras.
Te adoro por sempre me querer e me desejar como seu homem.
Te adoro por me elogiar.
Te adoro por me deixar tão emocional.
Te adoro por fazer brotar lágrimas de felicidade em meus olhos, e de tristeza também.
Te adoro agora mais do que quando comecei a escrever o texto.
Te adoro tanto que começo a achar que esse adorar tão grande possa ser algo maior.




Birdy – Shelter

Eu encontro abrigo dessa forma,
Debaixo das cobertas, me escondendo.
Você pode me ouvir quando eu falo?
Eu nunca me senti desse jeito.

Talvez eu tenha dito alguma coisa errada.
Posso melhorar acendendo as luzes?

Será que eu estava lá?
Me senti tão transparente no ar.
Eu ainda quero me afogar sempre que você sai.
Por favor, me ensine delicadamente como respirar.

E eu atravessarei oceanos como nunca atravessei.
Para você poder se sentir como eu me sinto também.
E eu refletirei imagens de volta para você,

Para você poder ver como eu me sinto também.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Raiva



13.05.14

Raiva! Eis o meu sentimento agora. Sei que é feio sentir isso, mas não posso evitar. Por que o mundo gay é assim? Tão, tão, mas tão fútil? Tão piranha? Tão... argh, deixa pra lá! Mas espera aí, deixar pra lá? Como? Se de novo me aconteceu o que me vive acontecendo?! Criar expectativas, gerar ilusão, sair para um encontro, trocar olhares, sorrisos, elogios (não que essas três últimas citações me aconteçam sempre) e mensagens de desejos não realizados para depois virem a continuar sendo desejos não realizados.

Raiva, por ter mais uma vez achado que poderia ter sido ele o cara certo. Raiva, por mais uma vez criar expectativa. Por cansar de esperar. De estar sozinho há muito tempo e de sempre tentar cuidar do meu jardim esperando que a maldita borboleta venha, ou o beija-flor, tanto faz. E como já dizia o sábio Cazuza, eu vou 'desperdiçando o meu mel, devagarzinho, flor em flor, entre os meus inimigos, beija-flor.'

A cada desejo não realizado, o gelo aumenta, a indiferença cresce dentro de mim. E eu juro, ah, como eu juro, que eu tento ignorar tudo isso, todo esse turbilhão de pensamentos e sentimentos. Tento não pensar em correr atrás de niguém, de não procurar em cada esquina um amor (oi?), em cada pessoa que passa e/ou senta ao meu lado no metrô... isso cansa! Posso ser forte, posso ter o coração de gelo, mas na verdade, tudo que quero é acalentar esse troço que insiste em bater dentro de mim (ainda bem). É tão difícil achar alguém maneiro, interessante e que me desperte isso tão forte desse jeito, que quando acontece, tenho vontade de me entregar por completo. Oi? Me entregar por completo? Tá pra nascer alguém que me fará fazer isso, mas que tenho vontade (e medo), eu tenho.

O que ele queria? Me conhecer somente? Até aí tudo bem, mas por que marcar um novo encontro pro dia seguinte? Por que dizer que quer beijar meus lábios na próxima vez que me encontrar? (Isso mesmo, não nos beijamos no primeiro encontro. O QUE É SUPER RARO NO MUNDO GAY!) E ao fim do encontro, ele me fala que adorou o passeio e que gostaria de me ver ainda na mesma semana? Ah, só pode tá de sacanagem!

As vezes dá vontade de desistir. De não ficar com mais ninguém. De ser sozinho pra sempre. Viver de amizade, mas quem é que vive de só amizade, gente? Tudo mundo anseia uma paixão! Talvez isso tudo seja carência... talvez? (risos) É meu caro, pior que os mais fortes também caem. E não me venha dizer que não, que sim, também temos dias de merda, infelizmente. Também somos humanos. E me abrir é tão difícil... E quando quero dizer me abrir, é abrir meu coração e por em palavras o que estou sentindo bem lá no fundo. É bem difícil, pois as pessoas estão habituadas à solidão, à vulgaridade, ao 'isso normal'. Cara, pode ate ser “normal", mas ainda acho estranho algumas situações.

Tento continuar a ser o cara romântico que um dia tanto fui. Tenho minhas necessidade e luto contra elas, mas oh Deus, é difícil quando se luta sozinho. O que quero dizer é, as vezes não quero pegação, só quero conhecer o cara e deixar rolar sem pressão (até rimou), mas dai, ele quer passar a mão onde não deveria. E ai de mim se digo não! Sou idiota, tô querendo me fazer de santo, que eu isso, que eu aquilo... ah meu, vai se foder! Fique feliz de eu ter dito não pra você (caso aconteça), pois isso significa que eu não quero só aquilo e que o aquilo, pode esperar mais um pouco. Vamos aproveitar o beijo, o mundo ao nosso redor, nosso momento, pois o 'aquilo', uma vez que o tivermos, já não vai ser mais tão interessante como quando nos interessamos pela primeira vez. Queria que o cara se interessasse por mim, pelo o que eu sou, antes de se interessar por como eu sou na cama! Isso é consequência e pode vir na hora certa, em um outro momento mais caliente. Porque não segurar mais? Me ajuda a dizer 'não'.

Onde está o romantismo? Tudo tem que ser direto ao ponto! Não que eu não goste de ir direto ao ponto, mas cair na rotina enche o saco. E o que fizemos, melhor, o que não fizemos (eu e motivador da raiva) foi maravilhoso. Foi fora da rotina. Foi sair do comum. Foi olhar no olho um do outro sem maldade, foi sentir o perfume em seu pescoço e querer sentir de novo, foi comentar sobre cada urso (141) da exposição (United Buddy Bears) calmamente como se não estivesse frio, foi falar sobre como a lua estava linda e céu estrelado por trás da pedra do Leme com os coqueiros em seu topo, de como o mar estava revolto, e por isso , ouvir a explicação do pescador sobre ele não estar pescando muitos peixes, foi sentir a pele fria da perna dele e querer aquecer, foi andar de bicicleta e o mais incrível, ter um encontro sem celular e sem relógio (pois esquecemos em casa). Éramos apenas eu, ele e o universo. Tudo estava perfeito, até o dia seguinte.

Raiva, é o que sinto agora. Não por ele, ou por ele, mas sim por ter tido algo tão especial com uma pessoa que pareceu ser tão legal e no dia seguinte, me ignorar. LITERALMENTE me ignorar. Ai que raiva... por que os seres humanos são assim?

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Conhecendo Londres

Decidi voltar a escrever depois que tive que escrever um resumo de um livro para a faculdade de Design Gráfico, que é o curso o qual estudo, e senti muita dificuldade em transpor meus pensamentos em texto. Voltar a escrever o blog é uma forma que encontrei para exercitar isso, afinal, sempre gostei de escrever e não quero perder isso. Deixei essa prática muito de lado.

The National Gallery
Agora, voltando ao assunto Londres, depois que fui uma vez ao centro de Londres, quis conhecer mais e mais a cidade. No dia seguinte fui ao National Gallery ("Galeria Nacional", em inglês), que segundo dados do Wikipedia, foi fundada em 1824, é um dos mais importantes museus da Europa e um dos mais conhecidos do mundo. Localiza-se na Trafalgar Square, no centro de Londres, e abriga uma preciosa coleção de mais de 2.300 pinturas, que datam desde a metade do século XIII até o início do século XX. É um museu público e as visitas ao acervo permanente são gratuitas.
O acervo contém algumas das obras mais importantes, raras e emblemáticas da História da Arte, de artistas como Leonardo da Vinci, Caravaggio, Renoir, Monet, Van Gogh, Gauguin, Manet, Picasso, entre outros. Vale destacar também a monumentalidade do edifício e a conservação das peças. Haviam excursões escolares e as crianças sentavam-se em frente às telas e tentavam desenhar o que estavam vendo. Achei isso muito interessante. Fora o incontável número de turistas. O lugar é muito visitado.

De lá parti para o bairro de Notting Hill. Isso mesmo, aquele do filme Um lugar chamado Notting Hill, com a Julia Roberts. O bairro é encantador, cheio de boutiques, pubs, restaurantes e inclusive, fui no Pub chamado The Champions, que me disseram que os Queens frequentavam. 

Grand Union
Depois de alguns dias visitando museus, bairros conhecidos e parques, achei meu primeiro emprego em um pub chamado Grand Union, onde fiquei 3 meses até ser demitido. É uma rede de pubs espalhados por Londres onde trabalhei na cozinha como cozinheiro. Bem, a grana tava acabando, eu tinha decido ficar o tempo que o visto me permitia e precisa fazer dinheiro. O lugar era muito maneiro, com uma galera bem divertida e de qualquer forma, era uma nova experiencia. Lá aprendi a fazer saladas, hambúrgueres, alguns pratos da casa e sobremesas, fora a parte de cortar os dedos. Claro, nunca trabalhei em cozinha, mal sabia cozinhar para eu mesmo, me aceitaram por pura necessidade e indicação. Lembro que uma vez tava cortando uns alfaces para a salada e passei a faca na ponta do meu dedão esquerdo. Na hora abriu um buraco e o sangue começou a escorrer. Fiquei desesperado! Quase fiz uma finger salad, ou "salada de dedo"  em português. Outra vez, lavando um prato apressadamente para preparar uma salada, deixei o maldito escorregar e quebrar na pia, nesse movimento de queda, tentei alcançar o prato e segura-lo antes que quebrasse, mas ele quebrou e tirou um pedaço da pele do meu indicador direito. Juro que vi algo branco no buraco, que achei ser o osso, mas o sangue foi mais rápido e jorrou. Fora as queimaduras. Tenho até hoje a cicatriz. Lá fiz grandes amizades que levo até hoje. Duas garotas Lituanas, Martyna e Aiste, o Búlgaro/Turco Kyazim e o meu chefe brasileiro Fernando. 

Mariana e Danilo
Welcome Party
O trabalho não era o meu favorito mas foi o suficiente para eu começar a procurar um lugar para morar. Comecei então a buscar um quarto para alugar e acabei achando um anúncio que dizia em inglês "Quarto para brasileiro do sexo masculino". Cara, na boa, era para mim! Como assim quarto para brasileiro? Entrei em contato e na hora fui lá fazer uma visita. Era casa de 3 brasileiros e tivemos uma pequena entrevista, vi a casa inteira e eles ficaram de entrar em contato no dia seguinte dizendo se me aprovariam ou não. Claro que eles me ligaram com uma resposta positiva, afinal, tinha ido fazer a entrevista, eu, um outro cara sul africano e não mais quem que já nao me lembro. Na casa moram a Mariana e Danilo, que são de Pirassununga - SP e o Junior de Salvador.
Lar doce lar

Aí tudo tava perfeito. Um pessoal legal na casa, dinheiro - pouco, mas dinheiro - para pagar as contas e curtir a cidade e ainda podíamos fazer festa. Claro, fiz minha Welcome Party nessa casa. Convidei uma galera para ir lá encher a cara e dançar. A festa foi ótima. Ficamos até de manha fazendo bagunça, cantando e curtindo. Ah se eu pudesse voltar naquele dia. Naqueles dias, na verdade! Como bons brasileiros que somos, tínhamos o costume de fazer churrascos e chamar a gringalhada para beber. Era uma casa festeira, com gente maluca e que eu os tinha como minha família.