terça-feira, 17 de setembro de 2013

Conhecendo Londres

Decidi voltar a escrever depois que tive que escrever um resumo de um livro para a faculdade de Design Gráfico, que é o curso o qual estudo, e senti muita dificuldade em transpor meus pensamentos em texto. Voltar a escrever o blog é uma forma que encontrei para exercitar isso, afinal, sempre gostei de escrever e não quero perder isso. Deixei essa prática muito de lado.

The National Gallery
Agora, voltando ao assunto Londres, depois que fui uma vez ao centro de Londres, quis conhecer mais e mais a cidade. No dia seguinte fui ao National Gallery ("Galeria Nacional", em inglês), que segundo dados do Wikipedia, foi fundada em 1824, é um dos mais importantes museus da Europa e um dos mais conhecidos do mundo. Localiza-se na Trafalgar Square, no centro de Londres, e abriga uma preciosa coleção de mais de 2.300 pinturas, que datam desde a metade do século XIII até o início do século XX. É um museu público e as visitas ao acervo permanente são gratuitas.
O acervo contém algumas das obras mais importantes, raras e emblemáticas da História da Arte, de artistas como Leonardo da Vinci, Caravaggio, Renoir, Monet, Van Gogh, Gauguin, Manet, Picasso, entre outros. Vale destacar também a monumentalidade do edifício e a conservação das peças. Haviam excursões escolares e as crianças sentavam-se em frente às telas e tentavam desenhar o que estavam vendo. Achei isso muito interessante. Fora o incontável número de turistas. O lugar é muito visitado.

De lá parti para o bairro de Notting Hill. Isso mesmo, aquele do filme Um lugar chamado Notting Hill, com a Julia Roberts. O bairro é encantador, cheio de boutiques, pubs, restaurantes e inclusive, fui no Pub chamado The Champions, que me disseram que os Queens frequentavam. 

Grand Union
Depois de alguns dias visitando museus, bairros conhecidos e parques, achei meu primeiro emprego em um pub chamado Grand Union, onde fiquei 3 meses até ser demitido. É uma rede de pubs espalhados por Londres onde trabalhei na cozinha como cozinheiro. Bem, a grana tava acabando, eu tinha decido ficar o tempo que o visto me permitia e precisa fazer dinheiro. O lugar era muito maneiro, com uma galera bem divertida e de qualquer forma, era uma nova experiencia. Lá aprendi a fazer saladas, hambúrgueres, alguns pratos da casa e sobremesas, fora a parte de cortar os dedos. Claro, nunca trabalhei em cozinha, mal sabia cozinhar para eu mesmo, me aceitaram por pura necessidade e indicação. Lembro que uma vez tava cortando uns alfaces para a salada e passei a faca na ponta do meu dedão esquerdo. Na hora abriu um buraco e o sangue começou a escorrer. Fiquei desesperado! Quase fiz uma finger salad, ou "salada de dedo"  em português. Outra vez, lavando um prato apressadamente para preparar uma salada, deixei o maldito escorregar e quebrar na pia, nesse movimento de queda, tentei alcançar o prato e segura-lo antes que quebrasse, mas ele quebrou e tirou um pedaço da pele do meu indicador direito. Juro que vi algo branco no buraco, que achei ser o osso, mas o sangue foi mais rápido e jorrou. Fora as queimaduras. Tenho até hoje a cicatriz. Lá fiz grandes amizades que levo até hoje. Duas garotas Lituanas, Martyna e Aiste, o Búlgaro/Turco Kyazim e o meu chefe brasileiro Fernando. 

Mariana e Danilo
Welcome Party
O trabalho não era o meu favorito mas foi o suficiente para eu começar a procurar um lugar para morar. Comecei então a buscar um quarto para alugar e acabei achando um anúncio que dizia em inglês "Quarto para brasileiro do sexo masculino". Cara, na boa, era para mim! Como assim quarto para brasileiro? Entrei em contato e na hora fui lá fazer uma visita. Era casa de 3 brasileiros e tivemos uma pequena entrevista, vi a casa inteira e eles ficaram de entrar em contato no dia seguinte dizendo se me aprovariam ou não. Claro que eles me ligaram com uma resposta positiva, afinal, tinha ido fazer a entrevista, eu, um outro cara sul africano e não mais quem que já nao me lembro. Na casa moram a Mariana e Danilo, que são de Pirassununga - SP e o Junior de Salvador.
Lar doce lar

Aí tudo tava perfeito. Um pessoal legal na casa, dinheiro - pouco, mas dinheiro - para pagar as contas e curtir a cidade e ainda podíamos fazer festa. Claro, fiz minha Welcome Party nessa casa. Convidei uma galera para ir lá encher a cara e dançar. A festa foi ótima. Ficamos até de manha fazendo bagunça, cantando e curtindo. Ah se eu pudesse voltar naquele dia. Naqueles dias, na verdade! Como bons brasileiros que somos, tínhamos o costume de fazer churrascos e chamar a gringalhada para beber. Era uma casa festeira, com gente maluca e que eu os tinha como minha família.


A primeira vez a gente nunca esquece

Passaram-se quase 1 ano desde meu último post, pois cá estou eu, decidido mais uma vez a escrever. Escrever para quem? Para eu mesmo, como costumo citar aqui. Agora vou dar continuação à minha chegada e os 6 maravilhosos meses ( de 25/04/12 a 15/10/12 ) de experiência em Londres. No último post, contei sobre o voo e a chegada à imigração, agora sigo contando - pelo menos um resumo - em alguns posts do que passei por lá.


Logo após deixar o aeroporto de Heathrow, encontrei o Stefan - meu amigo Búlgaro -, que me levou para sua casa, onde fiquei o primeiro mês. No caminho, lembro que o céu estava azul, as vias contrárias era muito estranhas e achei Londres surpreendentemente tão verde. Eu estava com muita fome, pois a micro refeição servida no avião, é mais um engana barriga que uma refeição propriamente dita, decidimos fazer um stop no Mc Donalds para um lanche, e é ai que começa minha jornada e o meu "Welcome to London".

O estrago na Merceds
O Mc Donalds ficava na ainda na estrada ao lado de um lugar onde caminhões paravam para pegar suas cargas - ou pelo menos para algo do tipo - e, ao parar atrás de um caminhão que ia entrar no estacionamento, eis que o tal manobrista pegou o lado direito, no qual devia ter pego o esquerdo. Ao notar isso, ele decidiu dar a ré e, como o carro do Stefan era pequeno - uma Merceds Benz conversível, ele não nos viu. O Stefan imediatamente começou a buzinar para que o tal motorista se tocasse que havia um carro atrás dele. Quem disse que ele o ouviu? Seguiu dando marcha ré e crash, bateu na dianteira do carro. O carro foi arrastado por pelo menos um metro para trás, o que me deu um baita susto, uma vez que nunca estive em um acidente de carro. Não que esse tenha sido tão grave, mas só em ver um caminhão enorme batendo em um carro conversível - que é extremamente baixo - no qual você está dentro, me deixou em pânico! Fiquei sem acreditar que mal tinha chegado na cidade e isso já aconteceu. Enfim, entre discussões sobre quem tava certo - óbvio quem era! - tudo foi resolvido e depois do stop, seguimos para casa.

Vizinhança de Chislehurst
Raposa descansando no quintal
A casa ficava em um bairro residencial e muito tranquilo fora da cidade de Londres, em um lugar chamado Chislehurst. Eu não tinha ideia de onde estava, afinal, tudo era novo. As pessoas, as casinhas, os parques, a sinalização do transito, tudo era muito diferente. Foi lá que em um belo dia ensolarado, acordei, desci para tomar café na cozinha e pela a janela de vidro, vi uma raposa deitada no quintal, deitada, descansando e super tranquilona. Pensei, "Como assim uma raposa no quintal?". Fiquei muito surpreso com aquela cena e, o Stefan rindo, me falou que era normal isso acontecer na redondeza, especialmente ali que era um bairro mais afastado e residencial. Claro, tirei uma foto e postei no Facebook.


Westminster Abbey
Estava ansioso para ir ao centro de Londres e vê tudo que sempre imaginei ver. Afinal, Londres sempre foi um sonho do qual não imaginava que iria realiza-lo tão cedo. E o frio? Que delícia! A primeira visita ao centro de Londres, ninguém jamais esquece. Tudo acontece lá e grande parte dos pontos turísticos estão ali. Uau, como fiquei fascinado com toda aquela arquitetura. O Parlamento Inglês e o Big Ben magníficos, a roda gigante - London Eye -, que incrível! Eu prestava atenção em todos os ricos detalhes das construções históricas que são extremamente fascinantes. Os ônibus vermelhos de dois andares, as cabines vermelhas com a descrição "Telephone" tão típica das cabines telefônicas de lá, sem falar na Abadia de Westminster, a igreja em estilo gótico na qual o Príncipe William e a Duquesa Kate Middleton casaram-se. Fomos andando também ao Picadilly Circus, cruzando o St. James Park até o bairro de Soho. Nossa, era muita história, muita emoção, muita informação para um dia só! Ele falava e eu tentava entender, umas vez que meu inglês recém chegado ainda não estava tão bom.

Parlamento e Big Ben

Picadilly Circus

Soho

Memorial à Princesa Diana - St. James Park

Depois de tanto andar, eu estava exausto mas não queria voltar pra casa. Queria continuar andando e conhecendo a cidade. Mas já tinha me apaixonado por Londres e sabia que tinha mais uns meses para conhecer bem. Vou parando por aqui e sigo postando mais sobre esses dias inesquecíveis em breve. É muita coisa para contar.